Os dez melhores episódios de 'Black Mirror' de todos os tempos

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Fernanda Caseiro  Talarico

Fernanda Caseiro Talarico

Editor JustWatch

Black Mirror, a aclamada série criada por Charlie Brooker, conquistou o público com seu olhar provocativo sobre o impacto da tecnologia na sociedade. Suas duas primeiras temporadas foram lançadas pelo canal inglês Channel 5 e, depois, todos foram lançados pela Netflix. 

Cada episódio funciona como uma narrativa independente, explorando distopias digitais que parecem muitas vezes assustadoramente próximas da realidade. Com base nas avaliações do IMDB, mostramos os dez melhores episódios da série, aqueles que se destacaram por seu enredo inovador, críticas afiadas e momentos que ficaram gravados na memória do público. 

Prepare-se para revirar (ou descobrir) histórias que desafiam os limites entre ficção e futuro possível.

1. “White Christmas” (2014) (S02 EP Especial)

"White Christmas" (também conhecido como "Natal Branco" no Brasil) é um dos episódios mais aclamados de Black Mirror. Lançado como um “especial de Natal", escrito por Charlie Brooker, ele se destaca por sua estrutura narrativa em camadas, temas sombrios e uma crítica afiada à tecnologia e à natureza humana.

O episódio gira em torno de duas histórias principais, interligadas por um diálogo entre dois homens (interpretados por Jon Hamm e Rafe Spall) em uma cabana isolada durante o Natal. Ao longo da conversa, descobrimos como a tecnologia distorce relações humanas, desde sistemas de bloqueio social até a cópia digital de consciências.

Originalmente, o episódio foi transmitido como um especial de Natal no Reino Unido, mas, como era de se esperar da série, não tem nada de "festivo" — a não ser a neve e a ironia do título.

2. “Hang the DJ” (2017) (S04 EP04)

“Hang the DJ" é o quarto episódio da quarta temporada e é um dos episódios mais românticos e otimistas de Black Mirror, mas ainda com aquele toque distópico característico da série. Escrito por Charlie Brooker, ele mistura ficção científica, crítica social e uma história de amor que cativa o público.

O episódio acompanha Frank (Joe Cole) e Amy (Georgina Campbell), dois jovens que se conhecem em um sistema de namoro controlado por uma inteligência artificial chamada "Sistema". Esse algoritmo dita exatamente quanto tempo cada relacionamento deve durar — desde alguns minutos até meses — antes de os parceiros serem "reiniciados" para um novo match. Apesar das regras rígidas, Frank e Amy começam a questionar o Sistema e desenvolvem uma conexão genuína, levando-os a decidir sobre o futuro dos dois.

3. “Black Museum” (2017) (S04 EP 06)

"Black Museum" encerra a quarta temporada e é um dos episódios mais sombrios e meta-referenciais de Black Mirror, funcionando quase como uma "antologia na antologia". Escrito por Charlie Brooker, ele entrelaça três histórias macabras em um único enredo, todas conectadas por um museu de horrores tecnológicos.

O capítulo acompanha uma jovem chamada Nish (Letitia Wright), que visita o Black Museum, um local repleto de artefatos tecnológicos sinistros coletados por um curador excêntrico, Rolo Haynes (Douglas Hodge). Enquanto ela explora o lugar, Rolo conta três histórias sobre os objetos em exposição, cada uma envolvendo experimentos científicos cruéis, transferência de consciência e sofrimento humano. À medida que as narrativas avançam, revela-se que Nish tem um interesse pessoal no museu.

As histórias são: “O Doutor Brinquedo", na qual um médico implanta um dispositivo que permite sentir as emoções e sensações físicas de outra pessoa, com consequências horríveis. "O Macaco da Consciência", onde um homem moribundo tem sua mente transferida para o cérebro de um bicho de pelúcia, preso em um limbo de dor. Por fim, "A Execução Digital", na qual a cópia digital de um criminoso é torturada eternamente como atração turística. Originalmente, as três histórias seriam episódios separados, mas Brooker as uniu em uma narrativa única.

4. “The Entire History of You” (S01 EP03)

“The Entire History of You" é o terceiro episódio da primeira temporada e é um dos episódios mais pessoais e emocionalmente brutais de Black Mirror. Escrito por Jesse Armstrong (criador de Succession), ele mergulha em um futuro próximo onde a tecnologia amplifica nossas inseguranças, ciúmes e paranoias.

Em um mundo onde as pessoas têm implantes de memória ("grãos") que registram tudo o que veem, ouvem e vivem, o episódio acompanha Liam (Toby Kebbell), um advogado obcecado em revisitar suas lembranças. Durante um jantar com amigos e sua esposa, Ffion (Jodie Whittaker), um detalhe insignificante desperta suspeitas de traição. A partir daí, Liam usa a tecnologia para dissecar cada segundo do passado recente, arrastando-se para uma espiral de obsessão autodestrutiva.

5. “San Junipero” (2016) (S03 EP04)

Quarto episódio da terceira temporada, "San Junipero" é um dos episódios mais icônicos e diferentes de Black Mirror — uma rara história da série que equilibra melancolia, nostalgia e um final genuinamente esperançoso. Escrito por Charlie Brooker, ele mistura romance, ficção científica e uma reflexão profunda sobre eternidade e perda.

Anos 1980. Yorkie (Mackenzie Davis), uma mulher tímida e deslocada, conhece Kelly (Gugu Mbatha-Raw), uma alma livre e carismática, em San Junipero, uma cidade litorânea cheia de luzes de néon, arcades e música new wave. O que começa como um flerte casual se transforma em uma conexão intensa, mas San Junipero guarda um segredo: não é exatamente o que parece. Lentamente, descobrimos que essa realidade vibrante esconde uma tecnologia revolucionária — e perturbadora. O capítulo é vencedor de dois Emmys: melhor telefilme e melhor roteiro. 

6. “Shut Up and Dance”(2016) (S03 EP03)

"Shut Up and Dance", terceiro episódio da terceira temporada, é um dos episódios mais intensos e agônicos de Black Mirror. Dirigido por James Watkins e escrito por Charlie Brooker e William Bridges, ele mergulha em um pesadelo moderno de chantagem digital, onde um adolescente é forçado a cometer atos cada vez mais extremos para proteger um segredo devastador.

Kenny (Alex Lawther), um jovem tímido e solitário, é chantageado por hackers que obtêm um vídeo comprometedor dele por meio de seu laptop. Para evitar que o material vaze, ele é obrigado a seguir uma série de ordens absurdas, envolvendo entregas misteriosas, roubos e até confrontos violentos. No caminho, ele cruza com outros chantageados, como Hector (Jerome Flynn), um homem preso em um casamento infeliz. Juntos, eles descobrem que os hackers estão conduzindo um jogo perverso, onde cada falha tem consequências brutais.

7. “Hated in the Nation”(2016) (S03 EP06)

Sexto episódio da terceira temporada, “Hated in the Nation" é o episódio mais longo de Black Mirror, com 89 minutos, e um dos mais sombrios e politicamente relevantes da série. Dirigido por James Hawes e escrito por Charlie Brooker, ele mistura thriller policial, ficção científica distópica e uma crítica ácida à cultura do cancelamento e ao ódio nas redes sociais.

Em um futuro próximo, a investigadora Karin Parke (Kelly Macdonald) e a especialista em tecnologia Blue Coulson (Faye Marsay) são chamadas para investigar uma série de assassinatos bizarros: celebridades e figuras públicas odiadas na internet morrem em circunstâncias inexplicáveis, sempre com uma abelha mecânica encontrada perto do corpo. Acontece que essas abelhas são parte de um projeto governamental para substituir insetos reais em extinção — mas alguém as está usando como armas. À medida que as mortes se multiplicam, as detetives descobrem que os alvos têm uma coisa em comum: todos foram "cancelados" nas redes sociais com a hashtag #DeathTo.

8. “USS Callister: Into Infinity” (2025) (S07 EP06)

Único da lista que faz parte da sétima temporada de Black Mirror, “USS Callister: Into Infinity” encerra o ano mais recente. Este é o único capítulo que obriga o público a ter assistido a outro episódio antes, ao ser preciso ter visto o capítulo “USS Callister", da quarta temporada, para entender o que está sendo tratado aqui. 

Sem dar muitos spoilers, podemos falar que, agora, a tripulação da USS Callister – liderada pela Capitã Nanette Cole – está presa em um universo virtual infinito, lutando pela sobrevivência contra 30 milhões de jogadores.

9. “Nosedive”(2016) (S03 EP01)

Primeiro episódio da terceira temporada, este é um dos episódios mais icônicos e visualmente marcantes de Black Mirror. Dirigido por Joe Wright, e escrito por Charlie Brooker e Rashida Jones, ele apresenta uma distopia colorida e aparentemente perfeita, onde a vida social é regida por um sistema de avaliações digitais — uma crítica afiada às redes sociais e à busca desesperada por validação.

Em um mundo onde cada interação humana é classificada de 1 a 5 estrelas (e sua média define sua condição social), Lacie Pound (Bryce Dallas Howard) é uma jovem obcecada em subir sua nota para conseguir um desconto em um apartamento de luxo. Quando recebe a chance de ser madrinha de casamento de uma amiga influente (de nota alta), Lacie embarca em uma jornada caótica para impressionar todos ao seu redor — mas uma série de desastres faz sua avaliação despencar (nosedive), levando-a a questionar todo o sistema.

10. “USS Callister” (2017) (S04 EP01)

Episódio que inicia a quarta temporada da série, este é um dos episódios mais ousados e cinematográficos de Black Mirror, misturando sátira à cultura Star Trek, horror existencial e uma crítica ácida ao machismo tóxico e ao poder dos criadores em mundos digitais.

Robert Daly (Jesse Plemons) é um gênio tímido e desprezado pela equipe da empresa de jogos Callister Inc., onde trabalha como CTO. Para fugir de sua realidade medíocre, ele se refugia em uma réplica digital do seriado espacial "USS Callister" — uma paródia de Star Trek —, onde é o capitão idolatrado por uma tripulação feita de cópias digitais de seus colegas de trabalho. Só que essas cópias são consciências presas em um universo controlado por Daly, obrigadas a seguir seus delírios de grandeza e humilhações. Tudo muda quando a nova funcionária, Nanette Cole (Cristin Milioti), é "clonada" para o jogo e lidera uma rebelião para escapar do domínio do "Deus" Daly.

Menção Honrosa: “Eulogy” (2025) (S07 EP05)

O quinto episódio da sétima temporada de Black Mirror foi o único a me tirar lágrimas e, mesmo não sendo considerado pelo público, acredito que vale a pena falar sobre ele. Este vai além da discussão sobre tecnologia. 

O capítulo acompanha um homem isolado apresentado a um sistema inovador que permite que seus usuários literalmente entrem em fotografias antigas, despertando emoções poderosas no processo.

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