A morte não erra. Ela só espera. Esse é o princípio macabro que define Premonição, uma das franquias mais originais (e sadicamente criativas) do terror moderno. Desde o primeiro filme, em 2000, a série transformou acidentes cotidianos em tramas de suspense genialmente arquitetadas, onde os protagonistas escapam de tragédias graças a premonições — só para descobrir que fugir da morte é só adiar o inevitável.
Com uma mistura de tensão implacável, mortes absurdamente engenhosas (quem esquecerá aquela cena do bronzeamento artificial?) e um toque de humor ácido, os filmes exploram a ideia de que o destino é um designer de armadilhas perfeito. Cada um deles reinventa a fórmula, seja com novos "sobreviventes amaldiçoados", seja elevando o nível de destruição (trens, pontes, aviões… nada está seguro). E, claro, há a figura icônica do William Bludworth (Tony Todd), o agente funerário que sussurra pistas sinistras.
Qual a ordem certa para assistir aos filmes de Premonição?
1. Premonição (2000)
Premonição, dirigido por James Wong, é um filme de terror que se destaca por sua premissa única e atmosfera tensa. A história acompanha um grupo de adolescentes que, após escapar de um acidente aéreo graças a uma premonição do protagonista Alex Browning, são perseguidos pela morte em uma sequência de eventos macabros e cheios de suspense.
O filme explora a ideia de que não se pode enganar o destino, criando cenas memoráveis e mortes criativas, que se tornaram uma marca da franquia. Com um clima opressivo e um ritmo acelerado, a obra mistura elementos sobrenaturais com um terror mais realista, cativando o público.
Além do terror, Premonição traz reflexões sobre o medo da morte e a ilusão do controle humano sobre o acaso. Os personagens, cada um com personalidades distintas, tentam desvendar a ordem das mortes enquanto lidam com o pânico e a paranoia. A direção inteligente e os efeitos práticos impressionantes para a época elevam o filme, tornando-o um clássico cult do gênero. Mesmo sem um vilão tradicional, a morte é personificada como uma força invisível e implacável, gerando uma sensação de inevitabilidade que mantém o espectador em alerta até o último momento.
2. Premonição 2 (2003)
Premonição 2, dirigido por David R. Ellis, dá continuidade à premissa mortal da franquia, elevando o suspense e a criatividade nas sequências de mortes. Desta vez, a trama segue Kimberly Corman, que tem uma previsão aterradora de um acidente catastrófico em uma rodovia e, ao impedir que vários motoristas sigam viagem, desencadeia outra fúria do destino.
O filme mantém a regra estabelecida no primeiro longa – a morte não pode ser enganada –, mas introduz uma nova camada de complexidade ao conectar os sobreviventes ao acidente do voo 180, expandindo o universo da série. As cenas de terror são ainda mais elaboradas, com uma sequência inicial impressionante e mortes que exploram o acaso engenhosamente, solidificando o estilo único da franquia.
Além de aprofundar a mitologia do primeiro filme, Premonição 2 explora temas como culpa e redenção, já que os personagens buscam entender seu lugar na ordem fatal do destino. O longa também inova ao sugerir que novos sobreviventes podem quebrar o ciclo da morte, adicionando um fio de esperança à narrativa sombria. Com efeitos práticos impactantes e um ritmo frenético, a sequência supera expectativas e se consolida como um dos melhores capítulos da franquia.
3. Premonição 3 (2006)
Premonição 3, novamente dirigido por James Wong, retoma a fórmula mortal da franquia, desta vez centrada em um acidente de montanha-russa, previsto pela protagonista Wendy Christensen.
Assim como nos filmes anteriores, a tentativa de fugir do destino só desencadeia uma série de mortes bizarras e intrincadas, seguindo uma ordem predeterminada. O filme se destaca por sua abertura eletrizante e pela forma criativa como utiliza o ambiente de um parque de diversões para construir cenas de tensão, transformando objetos cotidianos em armas letais. A atmosfera de inevitabilidade permanece, mas com um toque mais sombrio e irônico, especialmente nas interações entre os personagens, que oscilam entre o desespero e a resignação diante do destino implacável.
Diferentemente dos predecessores, Premonição 3 incorpora elementos de metalinguagem, como as fotos que Wendy tira antes do acidente, que se tornam pistas macabras para as mortes futuras.
As sequências de morte são ainda mais elaboradas, combinando suspense brutal com um quase humor ácido, como no icônico episódio da câmara de bronzeamento. Embora alguns personagens sejam menos desenvolvidos, o filme compensa com um ritmo acelerado e uma direção certeira, mantendo a essência da série enquanto introduz inovações visuais e narrativas.
4. Premonição 4 (2009)
Premonição 4 é o primeiro da franquia em 3D – e abusa do recurso com cenas de mortes absurdamente gráficas e cheias de impacto. Dessa vez, a morte pega carona num acidente de corrida de NASCAR, onde o protagonista Nick O'Bannon tem uma premonição aterrorizante e salva um grupo de pessoas... só para descobrir que o destino não perdoa ninguém.
O filme acelera o ritmo, com mortes mais rápidas e violentas, mas peca nos personagens rasos e num roteiro que parece só querer chocar. Ainda assim, a sequência do cinema (sim, mais uma cena pública de carnificina) é um dos momentos mais memoráveis da saga.
Se nos outros filmes a franquia investia em suspense e construção de tensão, aqui o terror é direto ao ponto – quase como um fast food de sustos. Os efeitos visuais em 3D são o grande destaque, com sangue, estilhaços e corpos voando na cara do espectador, mas falta aquela pegada psicológica dos primeiros filmes. Até a clássica "regra do destino" parece menos elaborada.
5. Premonição 5 (2011)
Premonição 5 surpreendeu ao reinventar a franquia, provando que até uma série cheia de fórmulas pode ter uma reviravolta genial. Dessa vez, o pesadelo começa com um colapso sinistro de uma ponte – cena que já entrou para história como uma das mais tensas da saga. Sam Lawton e seus amigos escapam da tragédia, mas a morte cobra seu preço com mortes brutais e cheias de ironia macabra.
O diferencial? O filme traz uma regra nova: matar alguém pode roubar anos de vida extra. Isso adiciona um nível de tensão inédito, com personagens se tornando predadores e presas ao mesmo tempo.
E a cereja do bolo? A conexão com o primeiro filme, revelando que tudo era um loop maligno desde o começo. As mortes são criativas (a cena da ginasta é trauma puro), os efeitos práticos voltam com força total, e até o 3D é usado com mais inteligência que no quarto filme.
SPOILER: mesmo que este filme se passe antes do primeiro filme, para a narrativa fazer sentido, é preciso assistir a ele por último.
6. Premonição 6: Laços de Sangue (2025)
Premonição 6: Laços de Sangue chega para revitalizar a franquia com uma abordagem sombria e expansão do mito da Morte. Desta vez, a trama mergulha nas origens da maldição, revelando um grupo de sobreviventes de décadas passadas que descobrem estar ligados por um destino sangrento. Com uma narrativa mais serializada e personagens profundamente marcados pelo trauma, o filme explora a ideia de que a Morte não é um acaso, mas uma entidade com padrões ocultos. As sequências de mortes são ainda mais psicológicas, mesclando o terror físico com a paranoia de quem sabe que o fim está próximo — e desta vez, fugir pode significar condenar outros.
O longa equilibra nostalgia e inovação, trazendo referências aos filmes anteriores enquanto introduz novas regras macabras.
Vale dizer que este filme marca a última aparição de Tony Todd, que morreu em 2024.
Onde assistir aos filmes de Premonição?
Abaixo, saiba onde assistir aos filmes de Premonição online, em streaming, seja na Max, Prime Video ou qualquer outra plataforma.