Raramente, ainda mais nos dias de hoje, um diretor norte-americano consegue ganhar destaque pelo seu estilo e identidade. Wes Anderson é um desses poucos exemplos, de um cineasta que desenvolveu uma estética sui generis ao longo da sua carreira. Seu rigor formal simétrico e sua direção de atores teatral são alguns dos inúmeros elementos que formam sua personalidade fílmica.
Aproveitando o seu último lançamento, intitulado O Esquema Fenício, nada mais justo do que um mergulho na sua filmografia. Para isso, separamos um guia com os melhores filmes do diretor, para que você possa assistir online, nas maiores plataformas de streaming.
O Grande Hotel Budapeste (2014)
Com quatro estatuetas do Oscar, O Grande Hotel Budapeste foi o ponto alto da carreira de Wes Anderson. Um filme que praticamente flerta com a perfeição artística, levando em conta a proposta estilística do diretor. Com composições plenamente simétricas, cores vibrantes, cenários grandiosos e personagens exóticos, a obra se tornou um clássico instantâneo, sendo a representação máxima do trabalho do cineasta. A ficção se passa entre as duas guerras mundiais, e acompanha as aventuras dos dois inseparáveis amigos, Gustave H, um concierge de um famoso hotel na Europa, e Zero, empregado do hotel, que tentam recuperar uma pintura renascentista roubada.
O Fantástico Sr. Raposo (2009)
Nem só de live-action vive Wes Anderson. Saiba que o excêntrico diretor também já fez algumas incursões na animação, sendo O Fantástico Sr. Raposo, a melhor delas. Explorando a técnica de stop motion, o filme é uma adaptação do livro de Roald Dahl e narra a história de uma família de raposas, cujo pai, após anos controlando o vício de roubar galinhas, acaba tendo uma recaída e volta à ativa como antigamente. Ação que gera uma série de consequências para a família. Uma obra original, divertida e com uma estética única, sendo um dos filmes mais familiares já realizados pelo diretor.
Moonrise Kingdom (2012)
Mais um peso pesado da filmografia de Wes, Moonrise Kingdom é o filme mais leve, despojado e adolescente do diretor. Além de trazer uma narrativa que explora um casal formado por dois adolescentes, a obra também tem uma estética jovem, nostálgica e fantasiosa. Explorando temas como o primeiro amor, a descoberta da identidade e a busca por autonomia, o filme se passa em uma ilha próxima à Nova Inglaterra dos anos 60, e acompanha dois jovenzinhos, Sam e Susy, que se apaixonam e decidem fugir juntos para viver uma aventura bastante selvagem. Será que a família e as autoridades irão encontrá-los?
Ilha dos Cachorros (2018)
Ilha dos Cachorros é a segunda animação em stop motion do diretor, e se passa em uma cidade futurista no Japão, onde um decreto determina que todos os cãezinhos de estimação sejam exilados em um lixão. Um menino, então, parte para uma jornada para encontrar o seu cachorro que foi levado. Apesar do estilo de Wes Anderson ser facilmente identificável nos seus filmes, cada obra tem sua singularidade e virtudes. No caso deste filme, a sensibilidade e profundidade na representação dos personagens animais, o tom cômico preciso e questionador da narrativa, e a influência do cinema japonês, são alguns dos aspectos que fazem dessa produção uma pérola na filmografia do diretor.
Os Excêntricos Tenenbaums (2001)
Os Excêntricos Tenenbaums, sem dúvida, foi o filme que definiu o estilo cinematográfico de Wes Anderson. Apesar de ter sido o terceiro longa realizado pelo autor norte-americano, a obra apresentou pela primeira vez a peculiaridade visual e narrativa que passou a definir a sua filmografia posterior. Trabalhando com grandes nomes do cinema, como Gene Hackman, Gwyneth Paltrow, Ben Stiller, Bill Murray e Owen Wilson, este último roteirista do filme e grande parceiro criativo de Wes, a produção acompanha uma família disfuncional, com crianças geniais, que se encontram depois de anos vivendo de forma distanciada. Dividido por capítulos, adentramos de maneira profunda nesta família ‘mais do que excêntrica’.
Três é Demais (1998)
Alguns elementos, como a ilusão de uma estética bidimensional e a fixação pela simetria, já começaram a ser estudados pelo diretor no seu segundo longa, Três é Demais. Assim como também foi o início da colaboração com algumas figuras carimbadas, como Jason Schwartzman e Bill Murray. O filme explora a relação turbulenta e complexa entre três personagens, um jovem que se apaixona pela sua professora, um magnata que se torna amigo do jovem, e a professora que acaba tendo um caso com o magnata. Uma história sobre amadurecimento e a importância das amizades, que fez com que a crítica e o público passassem a conhecer melhor o trabalho e a visão de mundo de Wes Anderson.
A Crônica Francesa (2021)
Explorando as possibilidades de uma história episódica, dividida como se fosse uma edição de uma revista fantasiosa que leva o mesmo nome do filme, A Crônica Francesa é um dos filmes mais ousados do diretor. Com uma estética e ritmo diferentes para cada episódio, refletindo, de certa forma, o estilo de cada escritor das crônicas, o décimo longa de Wes Anderson faz uma homenagem à nobre arte de contar histórias. É uma das obras mais experimentais do autor, pela inovação narrativa e estética, desafiando algumas convenções do cinema contemporâneo. Seguramente um filme com fortes influências do cinema francês, principalmente da Nouvelle Vague.
A Vida Marinha com Steve Zissou (2004)
Contando com uma breve participação do cantor e ator brasileiro Seu Jorge, como Pelé dos Santos, um homem que interpreta, em português, canções de David Bowie, A Vida Marinha com Steve Zissou é um dos filmes mais apreciados pelos fãs de Wes Anderson. Uma comédia familiar que narra a aventura de Steve Zissou (Bill Murray), um explorador marinho e documentarista, que busca vingar a mítica figura de um tubarão-jaguar que matou o seu parceiro. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com um homem que apareceu dizendo ser seu filho. Apesar de divertido, é um dos filmes mais profundos e tocantes da filmografia de Wes.
Asteroid City (2023)
Em Asteroid City, o diretor explora pela primeira vez o tema de extraterrestres, flertando com o gênero de ficção científica. Wes Anderson recria uma cidade fictícia nos Estados Unidos dos anos 50, onde uma convenção de jovens que sonham ser astrônomos acontece. Porém, um acontecimento extraordinário altera para sempre a dinâmica daquele lugar. O diretor ainda investiga os limites da ficção, ao inserir momentos metalinguísticos com um filme e uma peça teatral dentro do próprio filme. Com um rigor formal gigantesco e um elenco mais que estrelado, Asteroid City é uma das suas obras mais existenciais e espirituais da carreira.
O Esquema Fenício (2025)
O mais novo filme de Wes Anderson, O Esquema Fenício, explora o tema da derrocada de grandes magnatas, algo que o cinema já viu bastante. Apesar da história estar situada nos anos 40, o diretor admitiu à Cahiers du Cinéma, que um autor pode reagir inconscientemente ao que acontece no seu tempo histórico, ou seja, que podem existir ligações do filme com pessoas reais dos tempos atuais. Com uma forte influência do cinema de Luis Buñuel para a construção dos personagens, o thriller de espionagem conta a história de Zsa-zsa Korda, um dos homens mais ricos da Europa, que faz de tudo para escapar de várias tentativas de assassinato e proteger a sua fortuna, que ele deixará para a sua filha, a freira chamada Liesl.
Onde assistir aos melhores filmes de Wes Anderson?
Abaixo, saiba onde encontrar os melhores filmes dirigidos pelo cineasta norte-americano mais querido do cinema indie!